segunda-feira, 31 de março de 2014


É mesmo?

Uma linda garota da vila ficou grávida. Seus pais, encolerizados, exigiram saber quem era o pai. Inicialmente resistente a confessar, a ansiosa e embaraçada menina finalmente acusou Hakuin, o mestre Zen o qual todos da vila reverenciavam profundamente por viver uma vida digna. Quando os insultados pais confrontaram Hakuin com a acusação de sua filha, ele simplesmente disse:

"É mesmo?" 

Quando a criança nasceu, os pais a levaram para Hakuin, o qual agora era visto como um pária por todos da região. Eles exigiram que ele tomasse conta da criança, uma vez que essa era sua responsabilidade.

"É mesmo?" Hakuin disse calmamente enquanto aceitava a criança.

Por muitos meses ele cuidou carinhosamente da criança até o dia em que a menina não agüentou mais sustentar a mentira e confessou que o pai verdadeiro era um jovem da vila que ela estava tentando proteger.

Os pais imediatamente foram a Hakuin, constrangidos, para ver se ele poderia devolver a guarda do bebê. Com profusas desculpas eles explicaram o que tinha acontecido.

"É mesmo?" disse Hakuin enquanto devolvia a criança.


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domingo, 30 de março de 2014

Dharma com Pipoca. 

Domingo é dia de assistir a um bom filme. Sugerimos "A vida do mestre Dogen" com legendas em portugues. /\


sábado, 29 de março de 2014


Trabalhando Duro

Um discípulo foi ao seu mestre e disse fervorosamente: "Eu estou ansioso para entender seus ensinamentos e atingir a Iluminação! Quanto tempo vai demorar para eu obter este prêmio e dominar este conhecimento?" A resposta do mestre foi casual: "Uns dez anos..."
Impacientemente, o estudante completou: "Mas eu quero entender todos os segredos mais rápido do que isto! Vou trabalhar duro! Vou praticar todo o dia, estudar e decorar todos os sutras, farei isso dez ou mais horas por dia!! Neste caso, em quanto tempo chegarei ao objetivo? "O mestre pensou um pouco e disse suavemente: "Vinte anos." 

sexta-feira, 28 de março de 2014



O tesouro em casa                                        



Um dia, um jovem chamado Yang Fu deixou sua família e lar para ir a Sze-Chuan visitar o Bodhisattva Wu-Ji. Ele sonhou que junto àquele mestre poderia encontrar um grande tesouro de sabedoria. Quando já se encontrava às portas da cidade, após uma longa viajem cheia de aventuras, encontrou um velho senhor.


Este lhe perguntou:
"Onde vais, jovem?"
"Vou estudar com Wu-Ji, o Bodhisattva." - respondeu o rapaz.
"Em vez de buscar um Bodhisattva, é mais maravilhoso encontrar Buddha."
Excitado com a perspectiva de encontrar o Grande Mestre, disse Yang Fu:
"Oh! Sabes onde encontrá-lo?!"
"Voltes para casa agora mesmo. Quando lá chegares, encontrarás uma pessoa usando uma manta e chinelos trocados, que lhe cumprimentará. Essa pessoa é o Buddha."
O rapaz pensou, aterrado: "Como posso retornar agora, quando estou às portas do meu objetivo? Eu teria que confiar muito no que este simples velho me diz". 
Então Yang Fu teve uma forte intuição de que aquele simples homem à sua frente era alguém de grande sabedoria. Num impulso, voltou-se para a estrada, sem jamais ter encontrado Wu-Ji. Ele retornou o mais rápido que pode, ansioso pela vontade de encontrar Buddha. 
Chegou em casa tarde da noite, e sua amorosa mãe, em meio à alegria e pressa de abraçar o filho que retornava ao lar, cobriu-se de uma manta usada e calçou seus chinelos trocados.
Olhando para sua mãe desse modo, que vinha sorrindo e pronta a abraçá-lo, Yang Fu atingiu o Satori. Este era o maior tesouro. 

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segunda-feira, 24 de março de 2014

A Regra do Zazen
(ZAZENGI)
Dogen Zenji
Tradução de José Fonseca


Dogen Zenji
Estudar zen significa praticar zazen. Para praticar zazen escolha um lugar calmo, sem umidade nem vento, e um tapete grosso. Imagine que o lugar onde está é o Assento do Diamante, pois usamos a mesma postura de Sakiamuni ao ser iluminado. Alguns monges praticam em grandes pedras e outros seguem a prática dos sete budas, de sentar em almofadas de capins.

No local do zazen não deve haver escuridão, mas brilho moderado noite e dia. Deve ser morno no inverno e fresco no verão. Mantenha corpo e mente em descanso - corte toda atividade mental. Não pense sobre tempo e circunstâncias, nem se amarre em bons ou maus pensamentos. Zazen não é nem consciência de si nem auto-contemplação. Jamais tente se tornar um buda. Desligue-se das noções de deitar ou sentar. Coma e beba moderadamente. Não perca tempo. Atente para sua própria prática de zazen. Aprenda com o exemplo do quinto patricarca Konin de Monte Obai. Todas as suas ações, todos os dias, eram prática de zazen.

Quando praticar, use um kesa e uma pequena almofada redonda. Sente-se não no meio da almofada, mas na parte posterior dela. Cruze e pouse as pernas no tapete. A almofada deve estar em contato com a base de sua espinha. Esta é a postura básica transmitida de buda a buda, patriarca a patriarca.

Use a postura de lotus, meia ou completa. Em lotus completo, o pé direito vai sobre a coxa esquerda e o pé esquerdo sobre a coxa direita. Mantenha as pernas horizontais e a coluna perfeitamente reta. Em meio lotus, o pé esquerdo é posto na coxa direita e o pé direito sob a coxa esquerda.

Folgue sua roupa alinhe-se para cima. Mão direita no pé esquerdo, mão esquerda no pé direito. Os polegares retos tocam-se levemente. Ambas as mãos devem estar contra o abdomem, o dorso dos polegares alinhados no nível do umbigo. Lembre-se de manter a espinha dorsal reta o tempo todo. Evite inclinar-se para frente ou para trás, esquerda ou direita. Alinhe as orelhas com os ombros. O nariz e o umbigo também devem estar no mesmo plano. Coloque a língua contra o céu da boca. Respire pelo nariz e mantenha seus dentes e lábios juntos. Os olhos ficam abertos naturalmente. Ajuste o corpo, inicialmente, com uma respiração profunda. 

A forma de seu zazen deve ser estável como uma montanha. Pense "sem pensar". Como? Usando "não-pensar". Este é o esplêndido caminho do zazen. Zazen não é um meio de iluminar-se, ele é a ação completa do Buda. O próprio zazen é natural e pura iluminação.

Dito aos monges de Kipoji em novembro de 1243.

(Capítulo 11 do Shobogenzo , Olho e Tesouro da Verdadeira Lei, edição traduzida por Kosen Nishiyama, Tokyo, 1988)

domingo, 23 de março de 2014

CORTAR A RAIZ DO SOFRIMENTO

Muito obrigado por terem vindo sentar junto conosco. Estou surpreso por ver tantas pessoas virem sentar em um sábado à noite. Como vocês sabem, o caminho de Buda é para salvar a nós mesmos por nós mesmos. Se vocês salvarem a si mesmos, poderão apreciar suas vidas. 

Quando sentados em “shikantaza”, que é a técnica do zazen, qualquer coisa que surja em suas mentes vocês devem deixá-las ir da mesma forma que vieram, sem tocá-las, compará-las ou julgá-las como boas ou ruins, certas ou erradas.  Não toquem em nada. Com essa técnica estamos criando em nossa mente a não dualidade. 

Na vida diária temos 100% de dualismo, bom ou ruim, eu e os outros, ganho ou perda, grande ou pequeno, vida ou morte e iluminação e delusão. Em todo o tempo, nessa dualidade, estamos checando e continuando com nossos pensamentos, mas a dualidade é um excelente instrumento para resolver problemas e nos comunicarmos com outras pessoas, assim, nossa mente cria a dualidade. 

Toda a ciência e filosofia estão baseadas no dualismo, por isso a dualidade é uma grande ferramenta, mas também é capaz de criar grande sofrimento para a humanidade. Se vocês vão realmente fundo dentro de vocês, conseguirão ver que nós mesmos e todo o mundo não somos duais. Se vocês realmente virem esta verdade, poderão perceber que também a verdade é não dual. A base do mundo é não dual. Vendo essa verdade vocês poderão salvar a si mesmos e ir além de bem ou mal, poderão ir além de ganho ou perda, poderão ir além de vida ou morte, poderão ir além de iluminação e delusão. 

Temos a tendência de usar nossa mente e dessa forma é muito difícil de entender um ser não dual. Na vida diária esse som (bate no chão) é um objeto e eu sou sujeito. Mas esse som (bate no chão) está além de sujeito e objeto. Na vida diária nós usamos eu, meu e minha ou seu e sua, por exemplo, dizemos esse é meu corpo, minha pele, meu sangue, meu rim e meus olhos, mas se vocês forem fundo dentro de vocês mesmos, verão que isso é apenas uma expressão. Se eu dôo meu rim pra Genshô, ele passa a ser o rim de Genshô. Se Genshô der esse rim para Tokushi, esse rim passará a ser de Tokushi, então, na verdade, esse rim não é meu. Se for assim com todas as partes do meu corpo, então esse “meu” não existe. Nós pensamos “minha mente”, “minha opinião”, mas mesmo essa opinião veio dos outros e não desse corpo. Minha mente e minha opinião também não existem. Tudo bem você dizer “meu sangue” na sua vida diária, mas sob o ponto de vista absoluto, “meu sangue” não existe. Isso que chamamos meu corpo e minha mente, é vazio. 

Está escrito no Sutra do Coração que por ver a vacuidade você salva a si mesmo, mas isso é apenas a metade. Para usarmos uma metáfora, a vacuidade é como um espelho e um espelho está sempre vazio, mas ao mesmo tempo, todo o mundo está dentro dele. Para o caminho Budista ter nada é ter tudo, essa é a verdade sobre nós mesmos. Se vocês realmente entenderem isso indo profundamente dentro de vocês mesmos, poderão ir além, uma vez que ganho e perda, vida e morte não representarão nada, pois vocês serão um com o universo. Não haverá divisão entre eu e os outros, entre sujeito e objeto. Se vocês realmente virem isso, poderão apreciar suas vidas. Digo até que poderão apreciar seus sofrimentos, pois a raiz do sofrimento pode ser cortada e cortar a raiz é importante, pois só assim poderão aceitar todas as coisas, inclusive a morte. Morte e vida, ganho e perda, eu e os outros são apenas uma idéia dentro da mente e o verdadeiro “eu”, está além desses conceitos em nossas mentes. 

Muitas pessoas me perguntam se Budismo é compaixão. Posso dizer que isso seja verdade, mas só se vocês virem que não há divisão entre vocês e os outros, só assim poderão cuidar dos outros como cuidariam de vocês mesmos. Sem essa verdadeira experiência, a compaixão será apenas um entendimento intelectual, mas o Zen não é uma compreensão mental e sim é ter uma verdadeira experiência. Para alcançar esse entendimento usamos o zazen e através dele poderemos ter a verdadeira apreciação da vida. Quer vocês entendam ou não, poderão sentir a base da unidade.

Obrigado.

Dosho Saikawa Roshi


Florianópolis (20.04.2013)

sábado, 22 de março de 2014

O Consultor e o Monge

Era o ano de 1973. Eu tinha então 25 anos. Mas, desde os 22, ocupava cargos gerenciais. Tinha um plano na cabeça. Sabia que as artes marciais iriam ter uma onda no Brasil. Nada era conhecido ainda aqui: Kung Fu era uma palavra desconhecida, mas o assunto já efervescia nos EUA. Sabia de tudo, pois era um praticante de Hapkido e Judô. E estava fazendo um plano de cavalgar a vaga de interesse que se avizinhava.

Um amigo meu, Dr. Chaves, Prof. de anatomia da UFRGS, era um faixa preta de karatê e convidou-me a assistir a palestra de um monge zen para seu grupo de alunos. Entrei em uma sala apinhada de kimonos brancos e vi um magro japonês, de cabeça raspada, vestido de preto, expor o zen budismo. Pela primeira vez percebi a força dentro daquele homem reto como um bambu. Suas respostas eram diretas, mesmo duras. Ensinava o zen de Dogen (1200-1253 DC), sem deus, sem alma, mas repleto de tremenda espiritualidade e esperança de iluminação interna. Acreditava no homem e na sua capacidade, sem intermediários, de alçar-se por si mesmo até o absoluto. Sem crenças nem concessões mágicas. Fiquei algo chocado. Tinha experiências cristãs e havia me afastado de religiões porque minha mente cética, racional, não estava disposta a se submeter a qualquer fé. Agora eu via um homem religioso sem fé.

Meu patrão, à época, viu-me chegar com um pedido de demissão. Por que? Perguntou ele espantado. Afinal havíamos colhido sucessos juntos, e eu havia sido promovido a gerente regional depois de 30 dias na empresa. Abri os planos da academia que pretendia montar em cima de sua mesa. Após ouvir minha explanação, ele perguntou diretamente: - Você quer um sócio? E, assim, Flávio Roscoe ajudou a fundar a Kidokan, que na década de 70 foi a maior academia do país. Chegou a ter 3000 alunos inscritos e foi informatizada em 1977. Então a revista Exame publicou um artigo: “Do karatê à informática”, surpreendente porque naquele tempo só havia mainframes e o PC ainda não surgira.

Monge Tokuda passou a vir regularmente de S. Paulo para P. Alegre, financiado pela academia. Ensinava, mas pouquíssimos podiam entender aquela espiritualidade tão insólita. O interesse permanecia por causa dos filmes de Kung Fu que surgiam, e sua remota ligação com o zen budismo. Neste tempo comecei a perceber quanto o zen tinha a ensinar àqueles que administravam empresas.

Os conflitos empresariais começam dentro do indivíduo. Motivados pelos egoísmos, pela dificuldade de visão corporativa. A escola de administração que eu havia aprendido era baseada na autoridade. Vivíamos a ditadura militar e eu mesmo tinha carregado as divisas de oficial do exército. Mas a meditação devagar começou a penetrar a casca do ego. O contato com o mestre era às vezes arrasador em sua destruição de ilusões. A liberdade com que ele passava pelas dificuldades era de espantar: nem fome, nem frio, nem solidão pareciam abalá-lo. E quando alguém o idolatrava, ele destruía a ilusão, revelando abertamente suas fraquezas e erros. Minha auto-imagem de jovem empresário sofria seguidos arranhões. Passei secretamente a invejar aquela liberdade superior de mente, a habilidade de discutir negócios, religião, amores, sofrimento, realização, como se tudo fosse uma só coisa, e como se nada pudesse aprisioná-lo.

Passados alguns anos, vendi a academia. Já eram os anos oitenta, o ciclo se esgotava e os concorrentes apareciam a todo momento. A fama de bom construtor de mecanismos de venda se colava a mim. Convites começaram a surgir, e passei a ganhar muito construindo máquinas vitoriosas de comercialização. Do zen ficou a lembrança. Passei a ler os livros que surgiam à respeito. Era um interesse teórico. As artes marciais ficaram para trás.  Trabalhando com exportações, viajando para os países da UE, mergulhei fundo no ambiente empresarial, um mundo de competição, em que o sucesso é o parâmetro de julgamento dos seres, onde os afetos são definidos primeiro pelo interesse e depois pela simpatia.

De empresa em empresa acabei sendo convidado a ser diretor de publicidade na RBS. Como este grupo de comunicações é a Globo no RS e SC, e detém um poder incomparável com seus jornais, rádios, televisões, os seus executivos experimentam no mais alto grau o que significa uma marca empresarial como sufixo do nome. Além disto, o trânsito entre as empresas é enorme, a presença pública também. Mas, o mundo das corporações é exatamente o que parece, um ambiente de guerreiros.  E quem sofre, em última análise, é a produtividade. As energias nos altos escalões, de todas as grandes em que trabalhei, são desviadas para atividades políticas em alto grau.

Dentro de mim uma inquietação semente não deixava de germinar. Ter sucesso e dinheiro era isto? Chegar aos quarenta anos e ser “realizado” era não ter um minuto de paz? Passei a criar um estilo gerencial muito participativo, de ouvir, desencorajando a competição predatória dentro da minha equipe. Deixava conceitos budistas se infiltrarem imperceptivelmente em meu discurso. Os liderados adoravam. Parecia temerário, mas funcionava: os números não podiam ser contestados.

Era 1990, saí da RBS e criei uma empresa de consultoria. Já havia empresas pedindo que eu levasse aqueles números para elas. Não sabiam que tecnologia estava sendo usada, o que sabiam é que aquele homem produzia lucro e faturamento. Desde então não cessei de ser consultor e passei a trabalhar em todo o país. De novo o sucesso me apanhou na rede e o que parecia liberdade e realização mostrou seu redemoinho de envolvimento. Já trabalhei diretamente em mais de 60 firmas.

Um dia, cheguei ao Rio com grandes dores nas costas, fui até um aluno de mestre Tokuda e pedi uma massagem “shiatsu”, uma espécie de acupuntura com os dedos. Ele, ao ver meus músculos como cordas, perguntou o que eu estava fazendo. Respondi: 200 viagens de avião por ano. Sem alterar a voz o monge Marcos observou: - E você quer o quê?

Conclui que me tinha perdido de novo. Aguardei M. Tokuda voltar da França onde estava construindo seu quinto mosteiro e sentado à sua frente, tomando chá, não o via há anos, perguntei-lhe se eu poderia ser monge. Ele respondeu: - Para quê? Eu sou monge e estou sempre construindo, viajando, fazendo coisas. Você faz o mesmo, qual é a diferença?  Senti como se as portas do futuro se fechassem, cinqüenta anos, sempre trabalhando e ganhando, mas a trilha à frente não parava de subir a montanha. Senti uma emoção de tristeza, eu era um prisioneiro. M. Tokuda não se alterou. Não fez qualquer concessão.

Voltando a Porto Alegre, apoiado por um aluno consultor que me pedira para introduzi-lo ao zen, comecei a ensinar aos domingos a prática de meditação. Com a prática, e o envolvimento gratuito com os outros, o mundo foi se alterando à minha volta. Depois de um ano pedi a M. Tokuda que inaugurasse o Daissen Zendô, ele o fez um pouco surpreso com minha iniciativa, e minha agora dupla vida. Pedi de novo para ser monge, ele recusou , mas disse: - Peça novamente daqui a um ano. E então fui ordenado. Nada mudou. Todo tempo ele queria me ensinar isto. Não era a atividade que estava errada, era minha mente. Contou-me então a história de Vimalakirti, o famoso comerciante discípulo de Buda. Ninguém podia vence-lo em debate. Os discípulos de Buda o encontraram quando iam para o mosteiro e perguntaram a ele, que vinha de visitar Buda: - Onde vais Vimalakirti? Vimalakirti respondeu: - Vou para o mosteiro. – Para o mosteiro? Mas a direção que você vai é a da cidade! E Vimalakirti calmamente: - Sim. Lá onde eu trabalho é que estão as pessoas que sofrem, precisam de ajuda e ensinamentos, lá precisam de mim. Lá é meu mosteiro.

É o início de um caminho longo.  No zen, homens de cinqüenta anos são jovens, os de 70 apenas maduros. Mas sei que tenho minha tarefa de consultor junto a todos que trabalham e sofrem. Que precisam de recursos e de se realizar. Mas creio que tudo pode ser feito com muito mais compaixão e com menos egoísmo. É minha tarefa. Levei muito tempo para entender a frase de Mestre Tokuda: “- O pico da montanha é onde estão os meus pés”.  Há uma trilha, mas não há mais trilha. É inclinada, mas não custa subi-la.

Monge Genshô (Petrucio Chalegre)
Porto Alegre, 6 de dezembro de 2001.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Bem-vindos ao blog do Zen Joinville.

Este canal de comunicação será utilizado para informar as atividades da sangha de Joinville, bem como para divulgar textos dos mestres do budismo.


"Nossas vidas são como a respiração, como as folhas que crescem e caem. Quando realmente entendermos sobre as folhas que caem, seremos capazes de varrer o caminho todos os dias e nos alegrar com nossas vidas neste mundo mutável"                                                                   
(Ajahn Chah)

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