O jovem monge
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Antônio Luiz Gulart - Ryushô |
Antônio Luiz Gulart tem 22 anos, nasceu
em Itapetininga e é aluno do terceiro ano de Arquitetura do SENAC em São Paulo.
Contudo, no templo budista no bairro da Liberdade, ele é monge ordenado, atende
pelo nome de Ryushô e atua em todas as atividades do local.
O jovem vem de família nipônica por
parte de mãe. “O budismo sempre esteve presente na minha vida, assim como o
catolicismo na vida de outras pessoas”, comenta. Havia frequentes cerimônias
budistas na casa de familiares do rapaz. Foi num desses encontros que um monge
budista convidou Antônio para visitar o templo no bairro da Liberdade.
O rapaz já morava em São Paulo por
motivos de estudo e decidiu ir até o local. “Comecei a frequentar o templo regularmente,
conheci os monges, quando vi já estava costurando meu rakusu”. Antônio se
tornou aluno de Saikawa Roshi, Superior Geral da Escola Soto Zen para a América
do Sul. Quando o mestre pede para o aluno costurar o rakusu (o manto de Buddha,
é costurado de retalhos de tecido pelo aluno) significa que ele deu um passo no
caminho do dharma. Nesta cerimônia de ordenação leiga, chamada “Jukai”, o aluno
recebe os preceitos do budismo e um nome búdico. Foi o que aconteceu com Antônio
que passou a ser chamado dentro do templo de Ryushô.
Depois de algum tempo, Saikawa Roshi
disse a Ryushô, “Dentro de uma semana você será ordenado monge”. Os pais do
jovem ficaram surpresos com a notícia e perguntaram se ele queria trilhar este caminho, devido a grande disciplina requerida no treinamento monástico. O
rapaz estava decidido e iniciou a preparação para a ordenação, que ocorreu somente
duas semanas depois da declaração do mestre, pois as roupas de monge demoraram
a ficar prontas.
No mês passado, Ryushô avançou no
treinamento monástico quando realizou a “Batalha do Dharma” no templo budista
em Weiterswiller, na França. Todo monge passa por esta cerimônia, na qual o
mestre avalia o conhecimento do aluno e seu entendimento sobre o dharma. Muitas
perguntas são feitas, primeiramente pelos monges e posteriormente pelas pessoas
presentes. “Minha preparação para este momento importante consistiu em muitas
horas de zazen e conversas com meu mestre”, comenta Ryushô.
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Saikawa Roshi (à esquerda) e Ryushô ( à direita), durante a Batalha do Dharma. |
“Monge, significa uma pessoa que não tem lar e eu irei
aonde meu mestre mandar”, declara Ryushô. O jovem monge faz planos de continuar seu treinamento no Japão assim que terminar seus estudos de arquitetura no Brasil.
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